AlphaMães e a importância do apoio a recém-mãe

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Há poucos dias criei um grupo no Facebook com o intuito de fazer com que as mães de Alphaville, bairro aonde moro faz quase 30 anos, se conhecessem e se unissem. O nosso bairro mudou muito, cresceu pra caramba e eu sentia falta de uma rede de apoio materna na nossa região.                                            

A idéia já vinha na cabeça fazia muuito tempo, desde que tive a Helena, mas foi depois que um outro projeto que eu criei não deu certo, que tomei coragem e resolvi seguir sozinha. Eu sentia que não podia desistir…quando a gente tem um sonho que vem de dentro é assim né?
A idéia é fazer deste grupo, o AlphaMães uma rede de apoio materna, para que possamos nos ajudar, trocar experiências…contar com a amiga, vizinha para um dia que precisar. Quando eu tive a Helena senti uma avalanche de mudanças. E na época, tive uma pequena depressão pós parto, em que me sentia muito, muito sozinha. (E só hoje reconheço e nomeio o que foi, naquele momento  não saber o que era piorava o sofrimento – a culpa por não estar plena e feliz era um julgamento meu quase que diário que me dóia demais). Mas a verdade é que todo o processo de amamentar, junto com o turbilhão de hormônios, não foi e não é fácil encarar. Eu me sentia a mulher mais abençoada por ter aquela filha maravilhosa, mas chorava muito, sem motivos, sem saber porquê. Eu perdi minha mãe muito cedo, com 15 anos, e minhas irmãs não moram aqui. Então me sentia muito sozinha, minhas melhores amigas ainda não eram mães. E cada uma de nós sabe o quanto um bate papo uma palavra amiga, umas risadas faz diferença nesta hora. Um apoio mesmo, um carinho.

E fiquei impressionada como, em pouco tempo o AlphaMães foi abraçado pelas mamães da região. Todas se identificaram e ele tem acalmado muitos corações e feito diferença na vida de muitas mamães: seja com novas amizades, com palavra de apoio, ou dicas “bobas” do dia a dia. A idéia é que ele seja pequeno e exclusivo mesmo, e para isso algumas regras foram criadas, para que a rede seja sempre segura. ( para ver mais clique em AlphaMães).
E ele foi criado e idealizado com o intuito de ser uma rede de apoio e de amigas, para que juntas elas possam se conhecer, se ajudar e se apoiar nos momentos difíceis que a maternidade traz e que também possam compartilhar as alegrias e conquistas.
Ser mãe não é tarefa fácil, mas também nada difícil: é o mais belo, alegre e árduo trabalho.
A maior alegria da vida de uma mulher!
Mas a maternagem vem junta com uma solidão que ninguém nos conta…

A IMPORTÂNCIA DO APOIO A UMA RECÉM-MÃE

“A maioria das mulheres modernas passa horas sozinha com a criança no braços, trancada em um pequeno apartamento da cidade, afastada de suas mães, amigas e de seus ambientes sociais. A solidão, a falta de referências externas e a perda de lugares de identidade como o trabalho, o estudo e o lazer as deixam sozinhas e deslocadas. E a solidão e a falta de apoio são as maiores inimigas da lactância”. (Laura Gutman)
Sim, É MUITO IMPORTANTE ter alguém próximo e amoroso para cuidar e apoiar as mães assim que elas têm seus filhos. Este apoio deve ser constante, afim de estimular suas capacidades maternais. As inseguranças são muitas e sozinha muitas vezes não percebemos.
Estes dias li o post de uma outra amiga, mãe em tempo integral que anda sofrendo com a solidão. Meu coração sofreu com o relato dela, me deu uma vontade de acalmá-la e botá-la no meu peito. Ela sofre por estar cansada, por sentir falta de seu eu, e ainda por cima se culpa. Algo tão, mas tão comum na maternidade que ninguém conta.
A verdade é que é difícil encontrar as respostas e que poucas, pouquíssimas falam: a maternidade é solitária.
É necessário que exista um novo olhar sobre as recém-mães, e que um apoio psicológico por alguém que ela confie seje visto como essencial: amigas, mãe, prima, grupo materno, uma funcionária que lhe ajude…
O seu tempo e seu auto reconhecimento não é luxo! É necessário, é real, é quase que vital para o relacionamento e a criação de um vínculo saudável entre mãe e filho.
O filho e a mãe estão em uma “fusão emocional” em que os sentimentos de um são vividos e compartilhados um pelo outro.
A mãe cansada, exausta não consegue ter segurança e suas angústias passam a alimentar-se mais e mais do dia a dia e então ela se desespera muitas vezes, sofre se culpa e se julga. Perde a paciência e a alegria das pequenas coisas. E o pequeno recém nascido ao seu lado compartilha de tudo com ela.
Se olharmos um pouquinho a maternidade láaa trás vemos que historicamente as mulherem criavam crianças em aldeias, tribos. Elas se apoiavam mutuamente, trocavam informações, e esta “rede de apoio” foi se perdendo com a modernidade.
Hoje nos vemos sozinhas, em nossas casas e/ou apartamentos, inseguras e cheias de cobranças de todos os lados: “você não faz nada como está cansada? Porquê você está triste?”
Os maridos dificilmente conseguem compreender a necessidade deste apoio emocional que precisamos… E eles não fazem por maldade: e porque para eles nós somos “a realeza e a fortaleza”. É o papel que sempre exercemos para eles.
E hoje que eu digo para as minhas leitoras mamães e futuras mamães é: não fiquem só! Nunca!!!
Deve haver em sua cidade um grupo como o “AlphaMães”. Se não houver crie! Faça a diferença. : –)
Procure quem você gosta, procure um apoio, um ombro um carinho. Pode ser de sua mãe, sua melhor amiga, uma prima…
É mais que essencial que a mãe seja “amada, apoiada e estimulada a confiar em si mesma e em suas capacidades maternais”.
Acreditem, a maternidade é muito mais bela com amigas!
Update: falando nisso olha que bacana esta comunidade de mães:
“Antes de viver a maternidade na prática eu nunca havia pensado em socialização do cuidado da criança. Até mesmo depois de ter minha filha, ainda acreditava que a criança era responsabilidade principalmente da mãe, e que ela deveria dar conta de tudo que envolvesse seu filho. Afinal é apenas uma criança. Não demorou muito para eu descobrir o quanto estava errada e perceber que toda mãe precisa de apoio e ajuda. A mãe precisa dividir as responsabilidades com outras pessoas tão carinhosas e amáveis quanto ela e assim poder voltar, ao menos em determinados momentos, a exercer outras funções além da maternidade.”
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