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O funk, Anitta a música e nossas crias, o que fazer?

Eu costumo brincar que cuido dos meus filhos dentro de uma bolha musical rs, mas a Aninha, que passeia e passeou muito nesse verão, comentou comigo sobre as músicas que a galera está ouvindo e resolvemos trazer o assunto para discussão.

Você já parou para analisar as letras das músicas que ouve na frente dos seus filhos? Você sabia que não se preocupar com esse tipo de conteúdo pode fazer mal para o desenvolvimento social dele? Pois é, nem eu nem a Aninha  imaginávamos o quanto este buraco é fundo!

A gente bateu um papo super leve, que vocês conferem aqui embaixo, e depois voltem para ler o final do post, pois foi depois deste bate papo aí, entre mães, em casa mesmo que fomos buscar mais informações e estudos para entender ainda mais sobre o assunto!

 

 

Pode parecer uma bobagem, mas nossos filhos podem estar consumindo informações cada vez mais contrárias ao que queremos para o futuro deles. E o pior, na maioria das vezes nem percebemos ou temos consciência que uma música popular pode acarretar prejuízos irreparáveis ao desenvolvimento de uma infância saudável. Pior ainda foi descobrir que conteúdos encontrados em todos os gêneros musicais, do sertanejo, pagode, axé, e principalmente, o funk, podem contribuir para distúrbios no desenvolvimento sexual de nossos filhos.

 

E ao estudar o assunto descobrimos que esse papo é muito sério e vale a pena a reflexão. Vem com a gente!

 

Algumas podem dizer: Nossa que exagero, qual é o problema de uma criança ouvir Anita, MC Melody ou MC Gui, ou cantar um Pagodinho e um Sertanejo Universitário?

 

Mas quem presta atenção as letras e todo o entorno da música como coreografia e o ambiente onde é disseminado o conteúdo pode entender onde queremos chegar com a discussão.

 

Alguém já prestou atenção na letra da música do Verão “deu onda”? A música está no topo das mais tocadas do Brasil no Spotify, e tem até versão em inglês já! ( se ainda não conhece, clica aí e se prepara! )

 

Pois é, a letra é fácil, o  refrão dançante e vem carregada de informações de sexo e drogas combinada a um ritmo envolvente onde meninos e meninas podem sim dar  a iniciação a assuntos que nada tem a ver com a primeira infância.

 

De acordo com a Neuropsicóloga Alice Tozzi, a infância é uma etapa marcada pelo gradual conhecimento do universo adulto. A revelação antecipada das questões de uma vida adulta pode ocasionar a morte da infância e toda a sua inocência, ingenuidade e naturalidade.

 

E ainda conclui que a criança ao vivenciar a sexualidade precocemente, antecipa fases do desenvolvimento biológico normal, podendo levá-la à busca pelo prazer de modo patológico, sem consciência e responsabilidade. Assim como o prejuízo de outros danos à sua formação moral e psicológica.

 

Na verdade, trazer a tona essa discussão, não é para fazer pré julgamentos e sim para alertar que muito do que se acha normal pode não ser tão bom para uma criança. Nosso papel é de filtrar os estímulos externos e estar atento à força do exemplo. Porque é dessa forma que aprendemos, por meio do exemplo. Ou decide fazer igual ou completamente diferente daquilo que vemos e convivemos.

 

A exposição da criança a certos modelos e estímulos tem que ser congruente com o que se fala e fazem em sua vida adulta. Muitos tem conduta conservadora e moralista dentro de casa, mas na vida social agem de maneira diferente do discurso.

 

É preciso ter muito cuidado com os modelos que a mídia disponibiliza na forma de comportamentos tidos como modernos, avançados ou engajados, já que muitas vezes não são respeitados as etapas das quais a criança precisa passar para se tornar um adulto saudável.

 

Para a pesquisadora Maria José Subtil, no artigo Mídias e Música: a construção social da noção de infância, “da parte da mídia, o reforço a uma visão erotizada das crianças cria uma espécie de mal-estar em “ser infantil” e acentua nessas crianças manifestações miniaturizadas de características dos adultos”.

 

Para a psicóloga Aline Maciel, o contato da criança com músicas que estimulam o erotismo e a sexualidade deve ser acompanhado pelos pais. “Os pais devem conversar com os filhos, fazendo com que eles reflitam sobre o conteúdo das músicas. Para que eles entendam que aquele tipo de música não é legal”, destaca Maciel.

 

 

Levar a criança a ter acesso a outros tipos de música, de cunho criativo, reflexivo e ao mesmo tempo divertido é um outro caminho possível na hora de reeducar os filhos musicalmente. Segundo Aline Maciel, “é necessário uma contrapartida dos pais ao se envolverem com os filhos e apresentarem a eles um tipo de música adequado”.

 

Enfim, o que queremos nessa reflexão é chamar atenção dos pais para que estimulem mais brincadeiras e menos conteúdos adultos.

 

É brincando que a criança, estando sozinha ou com amigos, organiza sentimentos e emoções.

 

A “adultização” seja ela na forma de uma música mais sensual ou erótica, nas roupas que compra pra seu filho ou até mesmo como você se comporta pode ser revisto e mudado para que seu filho tenha um desenvolvimento normal.

 

Não tenha pressa e não estimule seu filho demais a ponto de comprometer algumas etapas do desenvolvimento dele enquanto ele ainda é uma criança.

 

Ao final é legal saber que temos leis que regem a  veiculação de músicas e danças na TV que explorem a sexualidade:  para tanto o Código de Ética da Radiodifusão Brasileira determina, no Capítulo II, artigo 15,  o seguinte:  “as emissoras de rádio e televisão não apresentarão músicas cujas letras sejam nitidamente pornográficas”.

O artigo 71 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura que “a criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de desenvolvimento”, ao passo que o artigo 59 prevê que “os municípios, com o apoio dos Estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos para espaços e programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude”.

O  ECA também responsabiliza o poder público pela regulamentação de espetáculos públicos, entre eles shows musicais, informando as faixas etárias de acesso a que não se recomendam, além de locais e horários inadequados para a sua realização (Art. 74).

 

Ainda, se bem direcionada, a música  contribui positivamente para o desenvolvimento da criança, quando empregada em contexto adequado.

 

De acordo com a psicóloga Aline Maciel, “a música desenvolve a percepção, a concentração, a observação e a criatividade da criança”. Ainda para a pesquisadora Maria José Subtil, no artigo Mídias e Música: a construção social da noção de infância, “da parte da mídia, o reforço a uma visão erotizada das crianças cria uma espécie de mal-estar em “ser infantil” e acentua nessas crianças manifestações miniaturizadas de características dos adultos”.

Ainda, se direcionada da forma correta,  a música possibilita uma diversidade de estímulos, podendo estimular também a absorção de informações e a aprendizagem, principalmente no campo do raciocínio lógico, da memória, do espaço e do raciocínio abstrato, essas características são desenvolvidas “dentro de melodias suaves, de construções harmônicas adequadas e letras construtivas”.

 

A música por fim também traz efeitos muito significativos no campo da maturação social da criança.

 

É por meio do repertório musical que a criança se inicia como membros de um grupo social.

 

Além disso, a música também é importante do ponto de vista da maturação individual, isto é, do aprendizado das regras sociais por parte delas.

 

Temos tantos cantores bacanas infantis né? Vamos fazer uma PLAYLIST “AlphaMaes” no Spotify?

 

Que tal deixar sugestões das músicas que vocês mais gostam e seus filhos também nos comentários?

 

Esperamos que tenham gostado do nosso bate papo, e deixem aqui comentários e sugestões para outros vídeos, que vamos amar!

 

Um beijo,

Ana e Helen

 

FONTE: Blog Valter Lima