A escolha de ser mãe

As escolhas que fazemos na vida nem sempre são fáceis. Hoje decidi falar sobre a escolha de “maternar”.  Ser mãe em tempo integral, exclusivamente mãe, durante 2 anos.
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Por quê eu resolvi falar isso? Porquê eu não aguento mais as pessoas acharem que “ser mãe” é fácil! Que é uma escolha que seja fácil.

Ser mãe, EXCLUSIVAMENTE, é estar presente na vida do filho, é educar, é abrir mão de MUITA coisa para isso. MUITA. É uma nova forma de trabalhar: 24 horas por dia. É se dedicar 100% a um novo ser humano que você gerou e que depende 100% de você. É abrir mão de si mesma. Isso porque eu nem estou falando do “amamentar” e do “não dormir”.
O porquê abrir mão de si mesma? Porque a gente se priva de muitas coisas que gostamos, quando nos tornamos dependentes financeiramente: de ser linda (pelo menos se sentir linda – não é nada bom para auto estima ser dependente), de ir ao cabelereiro (não são todos os maridos que compreendem o valor cobrado hoje nos salões – R$ 55,00 pé e mão- por semana!), de comprar roupas bacanas, de se sentir livre e muitas outras coisas… Não é tão fácil depender de outra pessoa.
Não é fácil para o outro e não é fácil para a gente também.
Outro dia falei aqui no blog sobre a vaidade. O quanto tempo demorou para que eu “me reencontrasse” depois que Helena nasceu. Sim demorou 2 anos. Foram 2 anos dedicados a Helena. Se eu me arrependo? NEM UM POUCO. Para mim funcionou muito bem. Foram dias difíceis sim…mas que foram e são recompensados a cada segundo e a cada respiro e abraço da minha filha.
Mas o que eu queria falar é: quando você ver uma mãe, dedicada a seu filho, aquela que está sempre corrida, de ir no supermercado a limpando a casa, fazendo tarefa, sendo motorista, não pense que foi tãaao fácil assim para ela. Não a julgue por ela não estar sentada em uma cadeira de escritório e vestindo um “tailleur”.
Também não estou falando que é fácil sair para trabalhar, ainda mais quando não é opção: é necessidade. Mas vejo, que as mulheres que mais me julgam são aquelas que não trabalham por necessidade. O retorno foi uma escolha. São aquelas que pagam muito dinheiro para babás. Que a escolinha/berçário é caríssima!
Uma mãe que exerce a “maternidade” pre-ci-sa abrir mão de seu tempo para seu filho. Uma mãe que largou o trabalho, que antes exercia e que proporcionava seus rendimentos, para ficar com seu filho não fica o dia todo vendo TV. Eu não conheço NENHUMA MÃE que tem tempo de ver o Video-Show ou a Reprise do Vale a Pena ver de novo. (eu não tenho idéia de qual a novela que está passando neste momento – e eu não trabalho fora, sou mãe).
Uma mãe em “tempo integral” faz xixi e cocô com o filho na frente. Ela não sabe o que é fazer xixi sozinha há um bom tempo aliás. Uma mãe em tempo integral toma banho junto com seu filho. Uma mãe em tempo integral cozinha junto com seu filho. Uma mãe em tempo integral respira seu filho, vai de banco a médico com seu filho no colo: não é uma madame que passa o dia no shopping. (nada contra as madames!)
vida de mãe motherhood
E não foi somente uma escolha: é um valor.
Mães que optam por educar e criar seus filhos não fazem esta opção para “ficar em casa” e porque querem depender de marido e ter “vida fácil”: são mulheres que acreditam na IMPORTÃNCIA de estar presente.
E a vida fácil está longe de ser tão fácil, muito longe como falam: somos julgadas o tempo todo pela escolha. Muitas vezes diminuídas. Isso não é fácil.
Escutar que mulher que “não ganha dinheiro não é respeitada”, “que homem não respeita mulher assim” .Não é fácil. E eu escutei isso. Diversas vezes. (Isso é fácil?)
Hoje eu vejo é que ELAS estavam ou estão casadas com o cara errado, não eu que criei minha filha. Um homem não deve respeitar alguém por quanto que este alguém GANHE, e sim pela pessoa que você é.
Se você está em casa, exercendo sua função mãe (principalmente aquelas mamães de bebês de até 2 anos) confie em seu trabalho. Se VOCÊ se valorizar, pode ter certeza: os outros vão te valorizar também. CONFIE EM VOCÊ. Você fez SIM a escolha certa. Confie. Olhe para o lado. Com certeza você verá diferença.
Helena hoje tem 3 anos…parece que foi ontem que nasceu…cada vez que eu olho, cada vez que eu “pisco” minha pequena está maior. Só de escrever isso eu já me emociono. Isso porque eu estive nestes 3 anos sempre ao seu lado.Quase sempre. E estes 3 anos passaram tão rápido e não voltarão jamais…um trabalho, uma pós, uma promoção pode esperar…um filho não…ele vai crescer e você não viu.
Ter filho É OPÇÃO. Nenhuma mulher é obrigada a ser mãe.
Então, eu parei, PAREI TUDO pela Helena. Mas eu retornei. E olho para trás com orgulho. Não foi fácil deixar a “Ana Flávia” para trás: mas hoje aqui na frente eu encontrei uma “Ana Flávia, mãe da Helena” MUITO melhor. Hoje, mais que uma mãe que está recomeçando,  e apesar de ainda não ter rendimentos, eu produzo e me valorizo. (eu faço faculdade, eu escrevo no blog, eu organizo eventos) e também sou mãe, esposa e dona de casa.Eu tenho MAIOR ORGULHO de quem me tornei.
E não foi fácil chegar aqui. Muitos me diminuíram, o tempo todo. Eu baqueei diversas vezes, mas levantei. Não desisti.
Não desistam mamães!!!! Sabe porquê? Até os 2 anos de idade, principalmente, é MUITO indicado a presença da mãe para estimular. O vínculo entre mãe e filho é ESSENCIAL para seu desenvolvimento.
E daqui a pouco, você olhará para seu filho e ela já estará andando, conversando com você e te ensinando. De verdade. Por que a gente é que aprende com eles. E daí ele já poderá seguir em frente um pouco mais independente. Com seus valores e sua segurança.
“A presença da mãe é essencial para a criança nos primeiros anos de vida. E a ausência tanto dela como do pai na educação e na rotina diária pode trazer sérios prejuízos à personalidade do pequeno. Essa é a opinião do pediatra José Martins Filho, professor de pediatria da Universidade Estadual de Campinas, no interior de São Paulo, e que atua como médico há mais de quatro décadas.” – se quiserem ler mais e seguir em frente neste papo cliquem aqui.
Um beijo,
da nova “Ana”
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