A gente as vezes se assusta. Por mais tecnológicas que sejamos, vira e mexe nossos filhos nos surpreendem.
Acontece aí com vocês também?
Aqui em casa, acontece sempre de Helena habilitar um aplicativo que eu não tenho idéia de como jogar…e isso não acontece só aqui em casa, com filhas de amigas também; a Rafa filha da Helen jogando MineCraft é algo incrível; eu olho aquele jogo e não tenho idéia por onde começar!
ME PARECE IMPOSSÍVEL!
E tudo isso é verdade, nossas impressões têm fundamento, nossos filhos tem tudo para ser mais independentes e adaptáveis a evoluções tecnológicas do que a gente.
Se o seu filho se enquadra entre os nascidos a partir de 2010, ele também faz parte do que chamamos de Geração Alpha.
E você é uma AlphaMãe.
O que é a Geração Alpha?Alpha é um termo usado pelo australiano Mark McCrindle, para designar
a nova geração de crianças nascidas a partir de 2010.
Esta geração, de acordo com o sociólogo, é determinada por pessoas muito mais independentes
e com um potencial muito maior de resolver problemas do que seus pais e avós.
O documentário Alpha: A Nova Geração apresentado pela marca de papinhas Heinz acompanha
um pouco da rotina de famílias para captar este sentido e mostrar como as gerações relacionam
entre si e como lidam com a tecnologia.
A grande diferença entre a nova geração e a Z (nascidos nos anos 90) é a interação com a tecnologia desde
o nascimento –
é aquilo que como mães falamos no começo do texto:
“quem nunca viu um bebê que mal anda mexer com a maior naturalidade num smartphone?”
“Nosso cérebro está mudando, estamos ficando mais capazes”, esta afirmação é da psicóloga Fernanda Fúria.
Pode ser uma evolução da espécie mesmo.
E, junto com essa enorme mudança, vem uma revolução da educação, tanto nas escolas quanto nas atitudes dos pais,
e um futuro difícil de enxergar.
Mas o que determina isso?
Afinal de contas: o que nos traz a percepção de que os alphas já fazem parte de uma geração mais inteligente?
A palavra é: estímulo.
Mesmo que você leia e-books, ouça músicas e assista filmes on demand, a real é que você aprendeu isso ao longo da vida,
enquanto este cenário é completamente natural para o seu filho que já nasceu imerso em toda essa tecnologia e com as
facilidades de obter informação.
Temos uma preocupação muito maior em educar nossos filhos em ambientes voltados para o desenvolvimento infantil,
trazendo mais estímulos sensoriais. Nós valorizamos brinquedos, livros e dispositivos pensados no aprendizado das crianças.
Ainda que os fatores, causas e efeitos da tecnologia neste processo caminhem juntas e não estejam precisamente claros entre si,
podemos dizer que ela tem um papel importante no ambiente onde nossas crianças estão inseridas.
O tablet e as telas em geral, por exemplo, já são aliados no desenvolvimento dos pequenos. Com conteúdo adequado,
seguro e livre de excessos, os dispositivos tecnológicos podem fazer parte do universo das crianças e devem receber
o mesmo acompanhamento dos pais que as outras situações do dia-a-dia.
Existem, inclusive, aplicativos focados em estimular o aprendizado infantil que permitem que pais acompanhem
de perto a evolução dos filhos.
Menos hierarquia e mais diálogo entre pais e filhos
Na educação da Geração Alpha, os pais continuam sendo figuras de autoridade, no entanto existe mais diálogo.
As gerações x e y cresceram numa estrutura familiar e escolar muito mais hierárquica.
E neste momento o autoritarismo dessas relações cede lugar para posições cada vez mais efetivas de troca.
A tendência na educação escolar, de acordo com o documentário Alpha: a nova geração, é a mudança de sistemas
até então mais focados no conteúdo didático para um ensino mais customizado e voltado para o que a criança gosta.
Entendendo as gerações
É claro que determinar o passo entre uma geração e outra é muito relativo. Nós somos seres em constante
desenvolvimento e evoluímos de acordo com nossas necessidades. É um equívoco engessar gerações por serem
de épocas diferentes. O que quero dizer ao falar das características de cada uma é que caminhamos para
determinados rumos de acordo com as características mais marcantes de cada fase e trocamos aprendizados
entre uma geração e outra.
Evoluir e crescer!
É muita ousadia falar em evolução da espécie? Não sei.
O que sabemos é que avós, pais, irmãos, filhos e netos têm muito o que aprender entre si.
Tanto no resgate, quanto na reinvenção.
E essa relação é o que deve ser levada em consideração na hora de criar e aproveitar as ferramentas
tecnológicas que temos, sem perder o que há de mais valioso nas relações humanas e nas relações pessoa-mundo.
A geração Alpha vive um momento em que se preza a diversidade e a espontaneidade.
Não é necessário ter um papel definido, cada um tem suas “subidentidades”.
“Essa geração vai aproveitar o que chamamos de ‘slash’ ou ‘barra’: você pode ser jornalista / escritora / blogueira / mãe”.
Para as crianças, tudo isso que elas estão vivendo é natural, nós é que estamos assustados e nem sempre sabemos lidar com tantas mudanças.
A geração de pais também está deslumbrada com a tecnologia e publica coisas muito pessoais na rede, sem saber as consequências.
Como orientar uma criança se nem a gente sabe fazer direito?
A pergunta ainda está no ar. Somos Xises e Ípsilons tentando entender os Alphas.